terça-feira, 25 de maio de 2010

Carta para Sophia

Olá, meu bem.

Como vão as coisas por aí?
Espero que esteja tudo bem.

Por aqui as coisas andam meio difíceis. Tudo acontecendo ao mesmo tempo, sabe? Uma obrigação atropelando outra e, como você bem sabe, só faço quando estou sob pressão.
E a pressão tá grande.

Deleguei algumas coisas, dividi umas preocupações... como você sempre disse que eu devia fazer. Andava meio perdida e uma amiga me abriu os olhos. Já estou de volta no caminho que eu me propus a seguir, ainda meio torto pelas besteiras que andei fazendo.

Sobre a saúde tá tudo meio estranho, ainda tenho uns médicos pra ir... e a cicatriz tá demorando pra fechar.
Sobre aquele amor, é estranho estar sozinha (não, eu não sei estar só), mas eu estou levando. Até porque nem dói tanto quanto eu pensei que doeria, além disso tenho mil preocupações pra me ocupar. A pesquisa, a cidade junina, a comissão mesmo, a faculdade, umas provas aí e uns tantos trabalhos pra fazer, além das benditas audiências que tenho que assistir.

Hoje saí com os meninos pra resolver umas coisas de patrocínio. Foi cansativo, mas a gente acabou lá no Boteco pra tomar uma caipirinha e comer umas coxinhas de camarão, afinal, ninguém é de ferro.
Falando nos meninos, eles têm sido ótimos comigo, me fazem rir o tempo todo e ainda não me estressei com ninguém, por incrível que pareça. Vou levando as coisas aos trancos e barrancos e os meninos rindo da minha cara de preocupação, é bom rir de si mesma de vez em quando

Eu estou animada com essa história toda, acho que vai dar certo.
Claro que precisava de umas cinco Camilas pra sair do jeito que eu queria, mas vamos levando.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Daquele nosso problema.

Começou pequenininho.
Eu nem sabia que estava morando ali no meu peito.
Mas foi crescendo, eu percebi e fiquei preocupada, mas não incomodava em nada e as outras pessoas não viam, então deixei pra lá.
Só que cresceu demais, e já dava pra ver, e às vezes doia, ficou feio e eu fiquei com medo de ter que tirar dali, tinha medo da cicatriz que podia deixar.
Concordaram comigo que eu devia tirar aquilo do meu peito, eu era melhor sem ele. Mas eu morria de medo porque a cicatriz ia ficar enorme e todos iam ver, tinha medo também da dor que eu ia sentir. Sabia que não ia sentir falta, mas de qualquer forma, era arrancar um pedaço do meu peito.
Mas me conformei e deixei que arrancassem aquilo de mim. Na hora eu nem senti, achei até que não era eu.
Quando acordei, dei por mim o que tinha acontecido, mas não sabia onde estava a cicatriz, e ainda estava anestesiada... as pessoas vieram e me deram o ombro, perguntaram se estava tudo bem e disseram que tudo ia dar certo... eu ainda não acreditava.
Pensei que quando passasse a anestesia ia doer muito, que eu ia sofrer, que nunca mais ia deixar ninguém ver minha cicatriz.
Mas realmente deu tudo certo, mais certo do que eu esperava... a cicatriz ficou pequena, bem clarinha, ninguém vê. E mesmo eu sabendo que ela existe, ela não me incomoda.
Quanto à dor, ainda não sinto nada perto da cicatriz, mas a área em volta ficou super sensível e qualquer bobagem me faz sentir que ainda não está normal, que não vai voltar ao normal tão cedo. Qualquer friozinho me faz lembrar que tem um pedaço a menos.

Mas eu sei que vai passar, vai simplesmente deixar de estar nos meus pensamentos, quando eu voltar a sentir, sem sofrer com o frio ou o calor em excesso.

sábado, 8 de maio de 2010

Pensamento do Dia.

Eu queria que não houvesse acontecido.
Não me entenda mal, eu te amei muito (e provavelmente ainda amo), fui apaixonada e feliz demais em cada dia ao teu lado.
Mas a frustração dos planos é o que me mata. Me passa pela cabeça que as pessoas estavam certas, que eu sou impossível, que nunca vou achar ninguém que me suporte por muito tempo.
Meu pai já tinha dado a entender que você não me aguentaria por muito tempo, caaaaara, eu odeio quando ele está certo.
Hoje a certeza que brota no meu peito é de que não deu certo, que não vai dar certo e que é melhor eu começar a planejar o futuro sozinha mesmo. Que devo desenhar meus sonhos de uma casa pra uma pessoa. Que talvez minha sina seja ser sempre a tia, já que mãe é mais complicado. Que eu devia sair do país e me realizar profissionalmente mundo afora, porque no território da alma é melhor eu esquecer.
Que talvez eu tenha nascido pra ser grande em outra coisa. Que o sonho comum de casa, família, cachorros, carro com cadeirinha e trabalho de meio turno não é pra mim.

Então é melhor eu usar minha criatividade pra pensar o que eu vou fazer... diplomacia? (hahaha não resolvo nem a minha vida, imagina a de países) Advogar? (pior que eu me imagino como a Andrea de Samantha Who).


Seja como for, li um livro recentemente (nem tanto, minha vida ainda tinha os pés pra baixo) sobre guerras saxônicas e talz... o personagem principal sempre dizia:


Destino é tudo.