domingo, 13 de dezembro de 2009

Porta-retratos.

Ela só queria saber no que ele pensou quando foi embora, quando mordeu o lábio, tomou ar e simplesmente sustou sua frase.

Sentada na cadeira, cotovelos apoiados na mesa e mãos segurando o queixo distraidamente. Levantou-se e se viu debruçada na janela olhando o vento varrer a rua. Franziu o cenho ao pensar na viagem, agora que ninguém podia vê-la talvez deixasse vazar alguma água salgada (ou seria doce?) dos olhos.

Vestiu o casaco sobre o vestido rodado de menina-moça e saiu para a rua.
O vento frio correndo por entre suas pernas lhe deu um ar de Marilyn, só que meio triste e de olhos injetados. Abraçou o próprio corpo e saiu andando em direção à casa daquele velho amigo, ainda moraria lá?

Sentou no meio-fio duas ruas antes do seu destino para que sua alma se aquietasse e pudesse respirar de modo ritmado novamente. Não poderia parar na porta dele e parecer frágil até ter capacidade de tocar a campainha, afinal, alguém poderia aparecer.
"isso... que acontece com a gente acontece sempre com qualquer casal. Isso... ataca de repente, não respeita cor, credo ou classe social..."
Parou o pensamento no meio, levantou bruscamente. Olhou para os lado e recomeçou a caminhada calculando as palavras que diria quando olhasse naqueles olhos calorosos. Com certeza ficaria feliz em vê-la, mas precisava ser cuidadosa, ele a conhecia bem e poderia ler qualquer sombra em sua expressão, não colocaria agora tudo a perder.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Porta-retratos.

Abriu a gaveta com toda calma, percorreu o seu conhecido conteúdo.
Incontáveis considerações de sua vida desfilavam em sua mente. Não, não fazia sentido algum apressar as coisas, aprendera que não importa o que aconteça, seu semblante deveria ser impassível e suas intenções um mistério.
Fechou a gaveta e olhou para frente, não para o rapaz sentado a sua frente, mas para o que seria dela em alguns dias quando descobrissem o que se passava.

-E então? O que tinha para me dizer?

Focou o rapaz novamente: realmente era belo. Nada demais, os traços de seu rosto simplesmente se ordenavam de modo agradável. Sua voz também ajudava, era grave e musical quando falava e seu sussurro era doce.

Ela olhou para a gaveta novamente, agora fechada, e esse movimento trouxe seus cabelos castanhos e pesados para frente do rosto de onde ela delicadamente o afastou prendendo-o atrás da orelha.
Apoiou-se na mesa e olhou nos olhos dele.
As palavras iam no meio da boca quando percebeu que não controlava bem a emoção e que se não se acalmasse a voz sairia embargada. E ela não poderia soar indecisa ou insatisfeita com a própria decisão. Sorriu de lado e perguntou se ele aceitaria um café.

Ele rejeitou o café e pediu que ela dissesse logo porque queria vê-lo.
Ele era impaciente, podia-se sentir o cheiro da curiosidade dele do corredor, ele era fácil de ser lido: simples e espontâneo, de uma sinceridade morna e confortável. Talvez fosse esse o seu encanto.

Ela sorriu de sua inquietação e sentou-se.
Olhou para a janela e disse: vou embora. Para Nova York.
Voltou-se para ele e prosseguiu: não queria que você soubesse por outra pessoa.
E esperou pacientemente que ele absorvesse a informação.

-Felipe, você não vai ficar chateado, vai?

Ele mordeu o lábio e se levantou em seguida.
-Patrícia, eu...
Abriu a boca para dizer mais alguma coisa, mas simplesmente sorriu e foi embora daquela sala gelada.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Pra ela.

Perfeita Simetria.

Toda vez que toca o telefone
Eu penso que é você
(Na verdade, não. Tua música não é a mesma das outras gentes)
Toda noite de insônia
Eu penso em te escrever
(Na verdade, não. Eu penso em te ligar)
Pra dizer
Que o teu silêncio me agride
(Não há muito silêncio. São frases sem o nosso "querer bem" de antes)
E não me agrada ser
Um calendário do ano passado
(Mês passado?)
Prá dizer que teu crime me cansa (Não há tipicidade, e se houvesse a antijuridicidade estaria extinta há muito)
E não compensa entrar na dança
Depois que a música parou
(Estou te chamando pra dançar de novo, apesar dos pisões nos pés)

Toda vez que toca o telefone
Eu penso que é você
Toda noite de insônia
Eu penso em te escrever
Escrever uma carta definitiva
Que não dê alternativa
Prá quem lê
Te chamar de carta fora do baralho
Descartar, embaralhar você
('Tá, em algum momento tive essa vontade)
E fazer você voltar
Ao tempo em que nada
Nos dividia
Havia motivo pra tudo
(pra nada também)
E tudo era motivo pra mais
Era perfeita simetria
Éramos duas metades iguais

O teu maior defeito
Talvez seja a perfeição
(Tem gente que não vai aceitar isso muito bem, se é que você me entende)
Tuas virtudes
Talvez não tenham solução
(Não, não têm... Os defeitos a gente vai levando, né?)
Então pegue o telefone
Ou um avião
Deixe de lado
Os compromissos marcados
Perdoa o que puder ser perdoado
(...)
Esquece o que não tiver perdão (Mesmo sabendo que eu pedi perdão pelo todo)
E vamos voltar aquele lugar (Aquela sorveteria, quem sabe?)
vamos voltar

Ao tempo em que nada

Nos dividia

Havia motivo pra tudo

E tudo era motivo pra mais

Era perfeita simetria

eramos duas metades iguais.



Incrível como a gente escuta nas músicas o que precisa ouvir. Apesar do tempo corrido, achei importante postar aqui.
Não é fácil esquecer, mas não dá pra tirar do baralho a minha rainha de copas.

Tanto faz, eu continuo te amando.

=*

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Da cadeira vazia, do riso vazio, do peito apertado.

É tão difícil ser quem fica.
É tão doloroso ser aquele abandonado.
É tão angustiante dizer: "vai, amiga, se é o melhor pra você... vou ficar feliz também. Mas me promete que não vai me esquecer".

Mas eu sei e você sabe que não importa o quanto relutemos... serei substituída, e você também terá que sê-lo. Não dá pra ficar aquele lugar vazio do meu lado (esquerdo do peito).

Já segui em frente chorosa quando tive que abandonar uns bons, bons mesmo, amigos. Mas hoje sei que é muito pior ficar no cais a acenar com o lencinho ensopado em lágrimas.

Boa sorte pra você. Vou procurar meu novo parceiro de trabalho, de fofoca, de caderno e de cadeira.
Não, não vai ser a mesma coisa... mas o que se há de fazer?

Amo você pra sempre e de um jeito lindo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sinto.

Anda meio sumido um pedaço de mim.
Faz uma falta: falta do ombro, dos braços e abraços, dos beijos e sorrisos de canto de boca. Falta das brigas bestas, do som do carro, das bolas de sorvete, da sala de cinema.

Faz também a gente pensar:

O que seria de mim sem você?

domingo, 9 de agosto de 2009

Medo?

Porque, às vezes, a gente acorda suada, tremendo, com a boca seca e com o choro na garganta.
Sabe quando o pior que já existiu, a parte mais feia de todas volta inteirinha de uma vez num sonho?
Pois é, sonhei com o passado me persiguindo.
Sonhei que por horas a fio, as pessoas mais importantes não notavam meu terror, não entendiam minha grosseria ou simplesmente não estavam lá.
Fiquei presa, suportando uma tortura velada, sem que ninguém notasse.
Depois, sozinha com o meu medo, ele disse que ao me encontrar tinha sido educado, pelo menos. Gritei, enlouquecida, que tinha uma vida nova e pessoas que me amavam de verdade. Ele chegou perto e me disse que aquelas pessoas não me reconheciam como importante e que gostavam dele, que achavam ele divertido. Respondi com ódio queimando no peito, mas com a voz baixa e embargada: Mentira...
Suspiro, minha cama, meu travesseiro uma tremedeira, um frio.
Eu não queria mais dormir, tinha medo de voltar pro mesmo sonho. Queria ligar pra alguém, dizer que amo quem amo e dormir abraçada e protegida.
Ainda preciso daquele seu abraço.
Surgem as perguntas dos desesperados: será que eles se importam, será que me amam, será que vão estar aqui pra sempre e perceber quando eu estiver amedrontada?
Sei que a resposta pra todas as minhas perguntas é um belíssimo: Sim!
Mas ainda preciso daquele seu abraço.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Seja como for.

Onde fica a fronteira entre a esperança e a ilusão?

Até que ponto você caminha sendo apontado pelos outros (e se perguntando se está sendo chamado de corajoso, herói e otimista... ou bobo, tolo e iludido)?

Devemos seguir o que nos indica aquele órgão descompassado no peito?

Seja como for, mas seja sempre...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

E quem vai acreditar?


E correu da sala para varanda, três pulinhos bestas. Havia dias que passarinhos faziam desenhos no ar para ela, tentado tirar a sua atenção da TV. Mas agora que precisava, nenhum apareceu para distraí-la.

Olhos marejados e nariz fungando daquela gripe mal curada.

Queria colocar a culpa nele e dizer que tudo desaba quando ele está longe, mas sabia que não podia...


Ela simplesmente não conseguia se manter em suas aparências por muito tempo e agora que passava o dia em casa isso ficava cada vez mais claro para os transeuntes.

Precisava desesperadamente sair, ver a vida, acreditar em suas máscaras para depois voltar a - utopicamente - vesti-la e solucionar os problemas da humanidade.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Feliz.


Caaara, eu queria escrever alguma coisa aqui.


Alguma coisa que demonstrasse o quanto eu estou feliz por ter você na minha vida.

Você e tudo de bom que você me trouxe (e aqui se incluem todos os outros).



Se por acaso morrer do coração

É sinal que amei demais...

sábado, 20 de junho de 2009

Sobre dia 19 (ontem)

Assim...
A música 'tava do lado do shopping, o bolo dentro do carro, o presente a caminho de São Paulo, os balões dentro do quarto (a exceção de um de hélio lindo e voando que foi esmurrado cinco minutos depois de comprado e estourou), o parabéns de melhores amigos há cinco minutos (do fim) e as pessoas espalhadas pelo mundo.
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Mas foi o aniversário mais feliz em alguns anos.
Melhor do que eu imaginava.
Mais do que eu merecia.
.
Caaara, eu amo vocês.
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.
.
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P.S.: E pensar que eu considerei viajar, pensei em ficar em casa morgando sozinha, pensei em sair com um povo qualquer... quando, na verdade, essência da coisa são as pessoas e a forma como elas se importam. Para além disso... o que vier é lucro. ;]

quarta-feira, 3 de junho de 2009

E a gente se ilude dizendo já não há mais coração.

E quando eu achava que estava no rumo certo, vem o papai e me mostra que o meu mapa 'tava de cabeça pra baixo.

Então, cá estou eu... naquela velha encruzilhada. Ensaiando diálogos com o espelho:

"Não queria que você fosse, mas eu simplesmente não te agüento mais.
Olha, é daquele jeito. Você fica, se resolve e daí vai embora. Porque ir com a vida torta desse jeito, não vai funcionar e você vai voltar mais torta do que saiu."

[Porque eu sei e você sabe, apesar de não querermos acreditar: Não vai dar certo.]


.

sábado, 30 de maio de 2009

Girando, girando, girando.


Sabe aquela frase: Parem o mundo que eu quero descer!


Eu, não. Eu gosto da tontura, do frio na barriga, daquela sensação de "dessa vez eu caio". Eu gosto mesmo.

Sabe quando você anda demais num brinquedo e pega a manha de quando ele vai começar a girar pro outro lado? Pois é... 'Tá diminuindo a velocidade nessa semana. Na próxima ele vem com toda força... girando pro outro lado.


Segurar aqui a minha cabeça por que numa dessas, eu tenho certeza, eu vou e ela fica.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Do adeus.


O que foi feito, meu bem, dos nossos sonhos?


Esses aqui, rasgados pelo chão, assim, oferecidos pra eu enxugar as minhas lágrimas como tantas outras vezes?
Aqueles planos desenhados primeiro no guardanapo da cozinha, depois escritos na agenda e depois colocados em planilha do Excel e grudados na geladeira.
Agora você simplesmente faz de conta que eles eram devaneios, brincadeira de quem não tem mais o que fazer.

Como é que eu agüento levantar da cama, te olhar babando do meu lado, levantar, sair... resolver a minha vida com um café na mão, enquanto você dorme com sua pimenta de pelúcia.
Como é que eu agüento te ver do meu lado, sabendo de tudo, sabendo que você me ama “de um jeito diferente, de um jeito pra sempre, de um jeito único”, mas que vai me deixar com prazo fixo: 31 de dezembro.

Por outro lado é bom, vou te arrancando de mim aos pouquinhos, tendo chance de te abraçar quando achar que não vou conseguir. Tendo chance de juntar tudo que eu detesto em você numa caixinha e cair dentro dela com ódio e lágrimas no peito: no dia em que você for embora.

Eu sei bem o que vais dizer... que ela é perfeita pra ti, que ela é diferente das outras, que ela te completa! Ah, é claro, ela vai mudar tua vida! Colocar-te nos eixos, não é isso que aquela (vaca gorda!!!) mulher vai fazer?

A diferença é que dessa vez eu não me importo, dessa vez você pode ir sem que eu faça drama, que eu te esfregue na cara tudo que eu fiz por ti, sem que eu escandalize tua traição. Dessa vez, eu até preferia que ela te completasse de fato, que ela te fosse suficiente.
Porque agora eu cansei, eu sempre soube que cuidar de ti só me trazia cansaço e olheiras. Eu sempre soube o que ia acontecer, mas eu nunca deixei de te amar a ponto de abrir mão da minha santa paz.

Não abaixe a cabeça ao ler isso, ainda te amo. Só que estou saturada das tuas mesmas histórias, das tuas mesmas piadas, das tuas mesmas risadas.
Essas mesmas histórias que fazem rir quem ainda não te conhece a fundo, que faz meus amigos te convidarem a sentar em mesas de bar pra contar teus “causos” do passado que te condena.
Não agüento mais ouvi-las, essas histórias. Não sei mais sorrir das mesmas piadas, nem olhar carinhosamente as tuas risadas.
Não sei mais fazer vista grossa pras tuas falsidades, pra tua cara sonsa. Não vou mais querer acreditar nas tuas atitudes interesseiras. Não vou.

Então, vai. Vai dar dor de cabeça pra essa outra mulher. Vai e leva teus peixes, porque eu vou esquecer de alimentá-los.

Não queria mais sinal de vida teu por um bom tempo, quem sabe assim essa mágoa engasgada passe. Quem sabe assim eu te esqueça de vez.

Vai, mas saiba que a porta não vai estar aberta pra você voltar, no máximo um telefonema no teu aniversário, no natal e no ano novo. É só.

Vai e me faz um favor: não olha pra trás que é pra não dar esperança pra esse pobre coração (retardado, idiota...) boboca.





PS: Não, eu não escrevi isso pra o meu namorado.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Ó, dúvida cruel!

Quando todas as suas obrigações extrapolaram os prazos...
Qual você faz primeiro?

Pesquisa x Concurso x Faculdade x Francês x Espanhol x Arrumar o quarto x Presente de dia das mães x Aquele outro presente.

Isso que dá querer abraçar o mundo com as pernas, nem vai dar pra ir no cinema essa semana.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Me dá a mão.


Porque bom é ser míope.

Pra te dar a mão e atravessar a avenida onde passam milhões de luzinhas a toda velocidade.

Só enxergar aqueles vultos luminosos correndo e sorrir enquanto arrisco minha vida.


Só é chato ter soltar a tua mão quando chego inteirinha do outro lado.






['Tá. Eu sei que não era tão movimentada assim. Talvez eu até atravessasse sozinha. Mas o importante é que você estava lá.]

domingo, 29 de março de 2009

"Esquerda" "Não, é a direita" "É a esquerda, amor..." "É a direita, meu bem..." "Então 'tá".

Oito da noite numa avenida movimentada. O casal já esta atrasado para jantar na casa de alguns amigos.

O endereço é novo, assim como o caminho, que ela conferiu no mapa antes de sair.

Ele dirige o carro. Ela o orienta e pede para que vire na próxima rua à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderão ficar mal humorados, ela deixa que ele decida.

Ele vira a direita e percebe que estava errado. Ainda com dificuldade, ele admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno.

Ela sorri e diz que não há problema algum em chegar alguns minutos mais tarde.

Mas ele ainda quer saber: "Se você tinha tanta certeza de que eu estava tomando o caminho errado, deveria insistir um pouco mais". E ela diz: "Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos a beira de uma briga, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite".

MORAL DA HISTÓRIA

Essa pequena historia foi contada por uma empresária durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independente de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais freqüência:

"Quero ser feliz ou ter razão?"

Pense nisso e seja feliz.
(autoria desconhecida)


Na verdade, nem sempre penso nessa pergunta, muuuuitas vezes quero provar que estou certa, às vezes quero simplesmente provar que o outro está errado (sim, isso é feio). Quem me conhece sabe bem disso (sofre bastante com isso).
Mas 'to tentando mudar.
Relaaaaaaaxar mais.
Tudo dá certo no fim.
E o futuro é tão-somente uma tendência.
Além disso, 'tá tão quente hoje(esses dias), né?

sábado, 14 de março de 2009

Começo de um sábado despretensioso.


Sonhei com arco-íris...
Acordei inspirada.
Mas veio uma aula de informática e acabou com tudo. ¬¬

Ganhei chocolates.
Ganhei um cubo com fotos perfeitas e a inspiração voltou.
Comi pão de queijo com chocolate gelado.
Mas o chocolate 'tava horrível e a inspiração foi embora.

Ganhei mais chocolates.
Ganhei um snoopy.
Tomei banho de chuva.
Ganhei um beijo e a inspiração voltou.
Mas meu carro não funciona e a inspiração foi embora.

Faz parte.
Escrever sobre arco-íris fica pra outro dia.



PS: A felicidade por ter visto um arco-íris e poder controlá-lo continua, mas a descrição dele vai ficar pra outro dia. De qualquer forma: Dia Feliz.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Só em Teresina.

Dia feliz na capital do Piauí, chuvinha fina de vento, daquelas milagrosas que realmente esfriam alguma coisa.

No Posto de gasolina:

-Moço, enche com comum. (entrega a chave do carro)
Ele dá a volta no carro, volta para a janela e diz:
-Dona, dá pra 'cê colocar mais pra frente?
Coloca-se o carro mais para a frente.

-Ainda não dá, cê pode dar uma rezinha?
Coloca-se o pneu do carro colado na bomba.

-Moça, deu certo não.
-Por quê?
-É que a bunda do carro 'tá muito pra lá, eu vou me molhar 'todin' pra colocar a gasolina. Dá pra senhora dar a volta no posto?
¬¬'


No bar:

-Meu querido, traga uma gelada, por favor!
Felicidade líquida e estupidamente gelada, sete amigos bebem a cerveja rapidamente.

-Moço, traz mais uma skol!
Sorriso solto, falam mal do viado-corno chefe, a cerveja não dá pra quem quer.

-'Amigô', mais uma!
Reação do garçon com a mão na cintura:
-Olha, vem cá, dá pra vocês pedirem as cervejas tudin de uma vez por que esse vai e vem de cinco em cinco minutos cansa, viu?!
¬¬'


Ai ai... me acabo de rir. Sem problemas ou preconceitos com a cidade, sei que isso aí em cima não é arrogancia das pessoas, elas realmente acham um absurdo se molhar durante o trabalho (detalhe que ele só molhou uma parte do braço no fim das contas) ou ficar indo e voltando para servir os clientes. Enfim, só em Teresina. E como eu gosto disso. ;]

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Bebê.

Às vezes me pergunto se cresço ainda um dia.

Não, não no sentido vertical da palavra, quanto a isso há primaveras que perdi as esperanças.
Mas será que vou deixar de fazer drama por besteira, deixar de querer ser alguma coisa "quando" eu crescer, começar a fazer o que tem que ser feito sem ficar especulando, tomar a vida e o destino nas minhas mãos.
Se vou parar de me ver como criança ou pré-adolescente, irresponsável, danada, sem noção do mundo, dependente. Se vou parar de discutir probleminhas amorosos bobos com amigos que tem mais o que fazer da vida. Se vou parar de pedir/seguir os conselhos da Samia e conseguir pensar sozinha.


[Ainda tenho 15 anos]

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Patrícia, menina estranha.


Olha, eu detesto uma Patrícia.

Nada contra Patrícias do mundo, minha mãe se chama Patrícia.

Patrícia é boba, quer ser descolada, mas não é. Quer ter estilo, mas não tem.
Patrícia é aquele tipo de garota que acha se acha bonita a maior parte do tempo, mas quando os outros a elogiam ela discorda e acha mil defeitos no olho que não é verde e nas pernas que são finas demais.


Hoje Patrícia me fez raiva, quem sabe amanhã isso muda e eu escrevo as (raras) qualidades da garota.
Todos conhecem uma Patrícia, mas todo mundo esconde.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Passa lá em casa...

http://escadadecasa.blogspot.com/

Espero que gostem.
Beeeeijos.

=*

Camis.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A noite dela.

Entro no carro olho pela janela e lá está ela.
Soberana, cheia de si, brilhando.
A noite é dela e só dela. Não dá confiança pra nenhuma estrelinha que ainda teime em brilhar.
O carro ganha velocidade, mas ela não sai da minha vista.
Às vezes fica meio por trás de umas raras nuvens.
Não pense que ela quer se esconder.
Ela não é tímida.
Ela só quer me provar que o brilho dela atravessa qualquer nunvenzinha besta que se meta no caminho.
O carro vira e a perco de vista por alguns minutos.
Mas a noite está clara. Há um brilho amarelado sobre a cidade que parece de brinquedo.
Ela é Deus, onipotente, onipresente, onisciente.
Ou, pelo menos, é isso quer ela quer que eu sinta. E eu sinto.
O carro faz mais uma curva e ela se mostra novamente.
Não como uma princesa que brilha. Ela não é delicada.
Ela quer ser notada, admirada.
É como a cantora de cabaré e seu batom vermelho puta.
Agora ela está sobre o mar. Ele mais parece um manto negro ondulando a vontade do vento.
Ele quase não aparece.
Passaria despercebido não fosse a faixa dourada que o divide em dois.
A faixa dourada colocada ali de propósito.
Para que todos olhem para cima e vejam a lua.
Por que essa noite é dela e só dela.