domingo, 31 de agosto de 2008

Sinceridade.


O que falar, quando falar, como falar, mas... enfim... por que falar?

Tem que falar, dizer e contar, sem isso de guardar, sempre...
Mas... é tão difícil.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Aqui.


Ando me perguntando como cheguei aqui.
Como minha estrada torta virou a de tijolos amarelos?
Não sei. Nem tenho porquê querer descobrir.

Sei que é Aqui...
Onde meu pessimismo esbarra e fica pra trás.
Onde as minhas saudades se tornam beijos.
Onde minhas besteiras se vestem de risos e sorrisos.

Aqui, eu vejo Algo e me encontro.
Se não encontro, só desejo.
E no meu desejo, nem eu me entendo.

E é por não me entender sozinha, por não me encontrar longe d'Aqui, que eu fico.
Fico no brilho do que vejo e no silêncio do que desejo.
Sei que é Aqui que eu quero ficar.


Fica também?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Sei que sou pessimista.
Mas agora estou olhando o lado tão bom que tem cada momento, ou cada momento que tem ao lado um bom alguém.
Digamos que meu passado vem caindo em desgraça, sabe quando tudo passa e você lembra como um filme perfeitinho? Sabe quando você lembra dos bons momentos como perfeitos e dos maus como engraçados? Quando as pessoas acertam e erram previsivelmente e você conhece os defeitos e virtudes de cada amigo? Sabe quando você põe a mão no fogo por alguém que te parecia imaculado naquela determinada situação?
"Ele pode ter todos os defeitos do mundo, mas isso eu sei que ele nunca faria comigo, com ninguém, muito menos comigo."
E é exatamente esse maldito isso que a pessoa faz.
Sou escaldada com isso, mas, puxa! O ser humano não foi feito pra ficar remoendo os erros alheios e deixar de confiar nos outros pra sempre...
Desabou tudo de vez, mas... sei que vou ficar bem, obrigada mesmo. Obrigada por estar aqui pra mim.
Sempre que tudo cai na minha cara, que eu pago a minha língua e o nível de água salgada no corpo parece atingir níveis alarmantes, ao mesmo tempo me aparece um motivo pra acreditar na humanidade.
Pode ser que isso tudo tenha jeito.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O que ser?

Começo esse texto sem saber se ele vai poder ser postado de fato.
Me sinto embriagada por 'isso' que anda batendo forte no peito, me sinto confusa demais, pra ser sincera, estou tremendamente assustada com a intensidade disso tudo. Mais que isso, tenho medo de me deixar levar, tenho medo de ser espontânea e... não sei, tenho até vergonha de abrir esta porta em mim.
Tenho medo de descobrir o que eu já sei que existe dentro de mim. Tô com medo de encontrar esse sentimento por acaso nas ruas da alma e reconhecê-lo das figuras em livros.
Mas eu me prometi ser corajosa e seguir em frente, ser sincera e cair de cabeça, tem sido tão maravilhoso até agora, por que eu ainda me pergunto?
Mais confiante agora... tudo valerá a pena, eu sei que sim.

domingo, 10 de agosto de 2008

Quase.

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um "quase". É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva)
Ouvi a primeira vez esse texto num dvd de Ana Carolina (e quem pode ficar surpreso?!), achei muito lindo e mais importante uma verdade bem interessante de ser discutida.
Detalhe para a entonação que ela dá ao texto durante a leitura... perfeita... ^^
Será mesmo melhor ser mais ou menos? mediano? classe média? irmão do meio? será mesmo melhor ser normal?
Já escrevi um texto "baseada" nesse aqui, minhas impressões sobre o assunto. Tá por aí.
Sol brilhando (leia-se :queimando) e caminhada na praia, ou raios e tempestades com f.r.i.e.n.d.s e brigadeiro me parecem bem melhor que domingo assistindo faustão e comendo feijão com arroz.
P.S.: não é bem auto-ajuda, mas é bem reflexivo... ser intenso ou não?

sábado, 2 de agosto de 2008


E foi assim, com esse sol e esse vento, nessa tarde vazia com um 'quê" de inacreditável, que eu te olhei e vi mais do que eu esperava, o teu sorriso, vi tanta sinceridade e tanta felicidade em me ver e poder me dizer tudo o que eu queria saber sem abrir a boca.

Simplesmente... bom saber.
Simplesmente... fica aqui, tá?

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Crise de 30.

ELE.

ATRASADO?!?! Desespero! "Merda!" Relógio - 9:30 - Domingo, alívio, vazio, teto, teto, teto, lençol, chinelos.

Cozinha, geladeira, iogurte.

Sala, televisão, controle, zap, zap, zap, esportes, zap, zap, carros.

Relógio - 10:13 - telefone, zap, zap, zap.

Cozinha, armário, biscoito, sala, televisão, zap, zap, zap...

Telefone [tocando]:

"Oi, hum... Diga, mainha... não, não... tem comida aqui em casa, sim. Eu sei que a minha irmãzinha querida do coração vai almoçar com a senhora hoje e... não, não. Vou ficar em casa mesmo, pois é, eu tenho... eh... um... um relatório pra segunda, pois é. Próximo domingo prometo que vou."

Telefone [batendo].

Relógio - 12:30 - cozinha, geladeira... cerveja.

Varanda, mar, mar escuro, mar de ressaca, calçadão, nuvens, carros, gente... notebook, internet, messenger (entrar offline), "Ninguém que preste...", hotmail, 5 novos e-mails, submarino on line, sistema push, vestcon... "nada de útil também..."

Orkut, relógio - 12:48 - fake, "Sarah...Bastos"...

[...]

Telefone, relógio - 13:05 - telefone... "Que será que ela anda fazendo... parece feliz, parece tão... quem esse velho na página de recados???"

"Merda!"

Telefone, celular, telefone... 3,4,6,5,7,8,3,9... "Alô? Queria pedir uma pizza de carne de sol com borda e uma coca-cola de seiscentos... aqui pro Maria Amélia em Boa Viagem... é... perto do Acaiaca, sétimo andar, Eduardo Dinniz. Valeu, eh... quanto é mesmo? Tá, Brigado..."

Quarto, banheiro, samba-canção, frio, box, chuveiro, torneira, água, frio, sabonete, água, pingos.

Barulho, "chamar o encanador amanhã!".

Toalha, espelho.

Guarda-roupa, gaveta, cueca, bermuda.

Som, botões, play, Zeca Baleiro...Quando nasci veio um anjo safado, o chato do querubim e decretou que eu estava predestinado a ser errado assim, já de saída a minha estrada entortou, mas vou até o fim...

Interfone, cozinha, "Alô? Diga, Seu Rodrigues, é... é pra cá sim, pode deixar subir..."

Quarto, carteira... campainha, relógio - 13:37 -, cozinha, porta, chave, fechadura, "Valeu, fera, t'aqui ó... pega o troco pra tu.."

Caixa, hum...


ELA.

Despertador, 4:30, "caceeeeete!", sono, dormência, hum...

Manta, travesseiros, sonhos [...]

Telefone[tocando]... Relógio - 10:24 - "Alô? Oi... não, não já tava acordada... diz... hum rum... pode ser... quem mais vai? Aaaaah, eu até vou, se tu me prometeres parar com essa história feia de me jogar pra cima de Augusto. Hum... é... ele é bonitinho sim, tá, tá... ele é um gato, lindo e gostoso, como queira... mas não vale naaada e tu sabes! Hum rum... tá, tá, vamos parar com esse assunto que tu sabes que eu detesto quando tu usas meus "ex-casinhos" pra me jogar em outros e mais outros carinhas... hum... tá bom, eu vou. Xero!"

Teto, teto, teto... chinelos. Banheiro, água, rosto, sabonete, rosto, água, água, água.

Escova de dentes, creme dental, pia, água, espelho, cabelos, bocejo...

quarto, janela, cinza, cinza, "Ah, cidade infeliz..."

Anel, banheiro, camisola, calcinha, box, chuveiro, torneira, pezinho, pezinho, frio, pulinhos, água, arrepio, cabelo, xampu, água, condicionador, calcinha, sabão, água, sabonete, água, água, água, " O que diabos a Chris quer me jogando em cima do Augusto?"

Toalha, espelho, cabelo, pente, desodorante, calcinha.

Relógio - 11:04 - anel, guarda-roupa, "vestidinho?", sutiã, vestido.

Banheiro, escova, cabelos.

Cozinha, geladeira, maçã.
Sala, notebook, internet, anel, messenger, orkut, "aiai... ele bem que podia ter orkut", desconectar.
Quarto, relógio - 12:03 - banheiro, maquiagem, base, pó, "Meu Deus, que olheiras!!!",sombra, blush, rímel... "Pronto".
Perfume, sandália, bolsa, chaves, celular, anel.
Porta, chaves, fechadura.
"Não acredito que vou pra uma feijoada pra ficar na mesma mesa que o Agusto, não mereeeeeeço! Humpf!"
Elevador...