quinta-feira, 29 de abril de 2010

Confissões de um dia difícil.

Os dias vão passando e eu procuro não pensar muito, nem no que passou, nem no que virá.
Vou me mantendo ocupada, entupindo minha agenda e minha cabeça com tudo.

No fim das contas estou resolvendo um monte de coisa que vivia adiando.
Mas estou com medo do final de semana, quando ninguém me ligar.

Uns dias são melhores que outros, mais cheios. Nos dias de marasmo sempre surge alguma coisa que lembra outra alguma coisa que leva a um sorriso e logo em seguida a um aperto no peito.

Meu peito cheira a tinta fresca e ferida aberta, por isso me mudei pra o apartamento de cima, tenho vivido dentro da minha cabeça, mas mal posso esperar pra esse cheiro passar e as coisas ficarem mais inteiras de novo pra eu voltar a morar no meu coração e principalmente reabrir pra visitação daqueles amigos que eu expulsei essa semana.

O grande problema é que por mais que seu dia seja cheio de coisas, de provas, de aulas, de pessoas, de obrigações e que você ainda procure mais coisas pra se preocupar, sempre vem a noite de sono.
Daí você sonha. E por mais que seja feliz, a sensação de que não é mais realidade é devastadora.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Ouvir, falar e não saber chorar.

Às vezes, quem te liga pra perguntar se você quer conversar é a última pessoa que você pensou que ligaria.
Às vezes, é preciso ouvir umas verdades doloridas.
Às vezes, só um olhar de fora pode te dar essa visão das verdades.

E aí as coisas se juntam e aquele mosaico problemático começa a formar uma figura, meio abstrata e que você ainda não sabe se gosta, mas já sabe como foi montado.


Ah, obrigada por conversar, eu precisava mesmo de uma visão do outro lado do muro, ou melhor, de cima do muro.

sábado, 24 de abril de 2010

Não consigo pensar em um título para isso.

Por mais que eu tenha dito que não ia escrever sobre isso, eu simplesmente não consigo.

Mudei status de orkut,
apaguei depoimentos ainda não aceitos,
coloquei uma foto só minha,
saí de um monte de comunidades.

Agora realmente tá doendo, tá batendo um desespero, porque você faz parte de cada pedacinho da minha vida... não tem absolutamente nada no meu quarto que não me lembre de você. E a única pessoa que eu tenho vontade de ligar pra conversar é você mesmo, aí fica difícil.

Mas como um amigo meu disse:
  • Uma boa noite de sono dá cabo a quase todos os problemas.
  • O resto deles pode ser resolvido com uma jarra de suco de laranja.


Já tomei a jarra de suco, agora vou dormir aqui.


PS: Se você ler, faça o favor...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Aquele teu jeito de passar a mão nos meus cabelos.

Ela olhou pela varanda, ainda sentada mesa da sala. Cercada de papéis, canetas, marca-textos, mais canetas, umas três lapiseiras diferentes (colecionava-as, tinha 0,03, 0,05 0,07 e 0,09 mm), réguas, tesouras e estiletes. Os cabelos presos num coque meio folgado que deixava a franja caindo no rosto, o óculos escorregando pela ponta do nariz.
A cabeça doía. Os olhos ardiam.
Trabalhava desesperada sem olhar pro relógio. Tinha medo de parar e olhar o relógio, perceber o tempo e mudar o foco.
Tinha medo de olhar pro relógio e lembrar que já faziam três dias e ela ainda não havia chorado. Tinha medo de pensar nisso e começar a chorar sem parar e passar os próximos três dias chorando.

Pôs a mão no queixo, apoiando a cabeça de leve. Piscou os olhos devagar.
Era sono.

Também tinha medo de ir pra cama antes de estar exausta. Os minutos antes de dormir podem ser cruéis com quem acaba de perder um amor, mas ela perdera mesmo?

Nem mesmo sabia o que pensar, nem sequer queria pensar.
Talvez devesse lutar, ou talvez estivesse melhor sem ele. Mas isso já era pensar.

Começou a reunir a bagunça de papéis e materiais de escritório. Colocou a franja atrás da orelha, se espreguiçou e o coque se desfez, espalhando o perfume dos cabelos. Mexeu um pouco nos fios soltos, ainda meio úmidos e sentiu falta daquele cafuné.

Era inevitável. Sentiu um arrepio percorrer o corpo, correu os olhos pela mesa cheia de pó da borracha, bem que poderia apagar tudo aquilo. Tirou os óculos, bocejou.

Desistiu de arrumar a mesa de trabalho, recomeçaria no dia seguinte de qualquer forma. Levantou e foi a passos arrastados até o quarto, abraçou o próprio corpo com seus braços frágeis, de fato precisava dele. Não sabia ser sozinha.
Esfregou os olhos vermelhos e jogou a camisola naquela cadeira no canto do quarto, fechou a persiana.
Sentou na cama, passou a mão pelo lençol macio. Juntou os travesseiros e deitou no meio da cama enorme. Cobriu o corpo, virou de lado e abraçou o travesseiro. Fechou os olhos úmidos, mas não chorou.

Mais um dia sem lágrimas. É mesmo melhor assim? Talvez precisasse desabar antes de recomeçar.
Talvez fosse preciso ser destruída antes de reconstruir a vida. Talvez devesse ser mais mulherzinha. Talvez...



então, dormiu sem sonhos.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

9 Passos para uma vida feliz.(afinal, dez não tem graça).

Como ter certeza se é isso mesmo, desse jeito mesmo:

1. Você diz que tudo bem, quando quer que percebam que não está nada bem.

2. Você sorri quando quer chorar e chora quando quer sorrir, é normal.

3. Você fala de todas as formas possíveis e não é entendida por quem importa, mas é entendida por todas as outras pessoas que não importam.

4. Você não fala e quer ser entendida.

5. Você espera que coisas aconteçam, mesmo tendo certeza de que não vão acontecer.

6. Você ri de si mesma por ter achado que o que você esperava que acontecesse no item 5 ia acontecer de verdade.

7. Você começa a acreditar que sua mãe sabe de tudo mesmo.

8. Você age sem medir as conseqüências.

9. Você não tem certeza.


Mas sem essa angústia no peito, que graça teria?
Oh, interrogação que paira na minha cabeça, faz um favor de viajar nesse feriado. Você podia me dar uma folga, hein?


Ai ai... vidafeliz.