domingo, 27 de junho de 2010

Sentimento menino.


Era um sentimento novo.
Daqueles que a gente tem medo de colocar nome e ele desaparecer.
Tinha algo de riso, algo de medo. Respeito e privacidade era quase nada.
Foi uma intimidade meio estuprada. Um sentimento feito criança curiosa... foi andando pelo peito cheio de feridas abertas. Mas não quis por o dedo, por outro lado, foi cimentando e enchendo de bandeirinha.

Todo dia chegava aquele sentimentozinho metido, chegava sem ser chamado, chegava nas horas mais inconvenientes.
E ia enchendo tudo de flor, remendando uns buracos, costurando com linhas coloridas.
Pintou tudo que era azul quase cinza de laranja! e as manchas daquele vermelho-vivo de outrora (era lindíssimo, não se pode negar) pintou de rosa!, eu disse que gostava do vermelho, mas ele nem respondeu e pintou T-U-D-O de rosa!.
Todo artista.

Agora inventou de colocar música. E todo mundo que entra no meu peito vai escutando um sambinha.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Perdida.

A vida anda confusa.
E eu não quero consertá-la.
Deixa assim, meio perdida, meio quebrada, meio sem jeito.

Deixa a menina dançar até o chão.
Deixa ela tomar um shot de tequila.
Deixa a menina pintar os olhos e e fazer cara de boba.
Deixa ela mexer no cabelo e sorrir com os olhos.
Deixa a menina se perder.
Deixa, deixa ela contar com a sorte.
Deixa ela chegar de madrugada, com as sandálias na mão.
Deixa a menina dormir até meio dia e tomar bomba na prova.
Ela está feliz, ela não precisa de mais ninguém.
Um sorriso no rosto, uma cara de santa, uma resposta na ponta da língua e sem se importar com o que vão pensar.

Ela sabe que vai se perder, mas também sabe que só quem importa de verdade é que vai esperar ela voltar. Ela também sabe que vai voltar.


Não faz mal a ninguém se perder um pouquinho.

domingo, 6 de junho de 2010

Fingiu na hora rir.

E ela tentou.
Fez de conta que não era nada, fingiu na hora rir.
Mas no fundo sabia que aquela situação ia acabar machucando alguém. Provavelmente não era ela.
Não sei bem se chorou, não sei bem se se arrependeu.
Ela ainda não quis me contar, mas sei que está prestes a fugir pra evitar maiores despedidas, maiores desculpas, constrangimentos, maiores sentimentos.

Não era nisso que ela estava pensando, não era isso que ela queria. E, é como você sabe... quando ela coloca o pé na parede, nem tente, porque não adianta.
Não queria ter que correr, a vida dela era tão corrida. Estava gostando do novo espaço, das novas pessoas, precisava mesmo dos novos ares.

Mas não precisava de novos sentimentos. Não queria novos sentimentos.
Não agora. E talvez ela acabe fugindo.