terça-feira, 31 de agosto de 2010

Terreno do peito.

Estou inteira.Estou inteira.Estou inteira.Estou inteira.Estou inteira.Estou inteira... Estou inteira.
Fico repetindo isso pra ver se aceito de verdade.

Eu sei que estou inteira. Mas eu não sinto isso.
Eu devia estar feliz, minha vida é plena. Mas eu também não sinto isso.

Eu sinto que me falta um pedaço, um pedaço de terra do meu peito, que eu tinha o costume de arrendar pra alguém. Ficar vazio por tanto tempo é novidade.

Mas não estou exatamente sentindo falta, só é estranho.
É até perigoso comentar isso por aqui, não me entendam mal... minha apatia não decorre desse capim crescendo no latifúndio abandonado. É muito maior, mas isso não vem ao caso.

A questão aqui é que tenho que ocupar essas terras de forma produtiva antes que me apareça um MST da vida, aí sim, eu ia ser feliz e maluca, mas não, obrigada. Me deixe pensando bem no que eu faço, o terreno foi murado e perigo de invasão reduzido, mas eu prefiro analisar umas propostas e arrendar de novo, é mais seguro.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mudança.

E quando eu achei que deveria ter certeza, só tive dúvidas.
E quando achei que sabia o que queria, misturou tudo, agora eu quero tudo.

Agora, justo agora quando eu já estava me acostumando com o meio termo, (re)descubro como é bom ser hipérbole.
Apesar de ser feliz aqui, nesse mar sem ondas, eu ainda sonho com a confusão, a adrenalina, a loucura, ser imprevisível pra mim mesma.
Acordar no outro dia e sorrir dizendo: "mas o que foi que eu fiz?"
Me vestir feito princesa num dia e no outro virar moleque de jeans e camiseta. Decidir que quero aprender a tocar gaita, mas mudar de idéia quando perceber que, na verdade, piano é o instrumento da minha vida! Cortar o cabelo na nuca e me arrepender amargamente. Jogar futebol e descobrir que meu negócio é mesmo natação. Ler um livro e parar na metade porque tá chato. Dormir vendo um filme aclamado pela crítica. Revelar que, pra ser sincera, não sei guardar segredo. Contar que fulano é gay, que sicrano fala mal de fulano pelas costas... dizer pra todo mundo que eu nem gostei tanto de Paris, mas que a "Tour Eiffel" é perfeita.

Sabe essas sinceridades bestas? Pois é, ser livre é falar sem os filtros. Tenho uma teoria sobre filtros. Nosso cérebro deve possuir três filtros:

Filtro número 01: Não fale "isso" nunca. Ex: Eu como meleca do nariz que nem o treinador daquele país lá que foi filmado comendo caquinha do nariz. (NUNCA)

Filtro número 02: Não fale "isso" nessa situação. Ex: Sério, tua vó tá gripada? Mudando de assunto, sabia que a gripe do meu tio evoluiu pra uma coisa mais séria e ele tá perigando morrer? Dizem que é a idade...

Filtro número 03: Não fale "isso" para essa pessoa. Ex: HAHAHAHA, foi muito engraçado, tia (mãe da tua melhor amiga, super careta), o professor até colocou a fulaninha pra fora da sala, mas quem jogou o chiclete na careca dele foi a ... mas a idéia foi toda minha.


Enfim, só queria ter espaço pra descobrir quem sou eu mesma, para, então, poder ser eu mesma.