Os dias vão passando e eu procuro não pensar muito, nem no que passou, nem no que virá.
Vou me mantendo ocupada, entupindo minha agenda e minha cabeça com tudo.
No fim das contas estou resolvendo um monte de coisa que vivia adiando.
Mas estou com medo do final de semana, quando ninguém me ligar.
Uns dias são melhores que outros, mais cheios. Nos dias de marasmo sempre surge alguma coisa que lembra outra alguma coisa que leva a um sorriso e logo em seguida a um aperto no peito.
Meu peito cheira a tinta fresca e ferida aberta, por isso me mudei pra o apartamento de cima, tenho vivido dentro da minha cabeça, mas mal posso esperar pra esse cheiro passar e as coisas ficarem mais inteiras de novo pra eu voltar a morar no meu coração e principalmente reabrir pra visitação daqueles amigos que eu expulsei essa semana.
O grande problema é que por mais que seu dia seja cheio de coisas, de provas, de aulas, de pessoas, de obrigações e que você ainda procure mais coisas pra se preocupar, sempre vem a noite de sono.
Daí você sonha. E por mais que seja feliz, a sensação de que não é mais realidade é devastadora.