terça-feira, 16 de agosto de 2011

Carta que não entregarei.

E por estar cansada daquele peso no peito que lhe dificultava a respiração, resolveu escrever um carta - que nunca entregaria - para esclarecer umas coisas e contar umas amenidades:

Oi,
Sei que você ainda está chateada. E sei que você precisa de espaço.
Mas naquela segunda-feira, fui pega de surpresa e não disse tudo que sentia e talvez você não tenha noção do quanto é importante pra mim e essa impressão está me dando a sensação de sufocamento, de que você está me enterrando viva e que eu não consigo gritar.
Sabe, já faz uma semana e sonhei com você umas 3 vezes, as duas primeiras não lembro, mas a de ontem está bem nítida em minha memória.
Nos encontrávamos e eu ficava tensa, como realmente fico, mas tentava me aproximar e te abraçava, e nos divertíamos e dançávamos e ríamos e cantávamos e eu estava feliz de ouvir aquela tua gargalhada que eu tanto adoro... mas ainda te sentia insegura e ressentida - com motivos, eu sei - até que sentávamos na grama - não sei de onde veio essa grama - para descansar ainda sorrindo, ofegantes.
Nesse ponto tudo fica meio confuso, você me olha nos olhos daquele jeito - que me deixa nervosa, pois pode ser qualquer coisa - e me diz que acha melhor a gente "terminar" e me encarou por uns 30 segundos e eu entendi que você não conseguia aguentar a pressão de me julgar assim, então seríamos duas pessoas que se vêem constantemente e que saem para beber e dançar porque temos amigas em comum. Só.
Então, eu te perguntei se eu poderia me comportar como tinha me comportado anteriormente na aula e você disse que era isso mesmo que queria.

Acordei.
Mais tensa do que quando tinha ido dormir.

Eu só queria que você soubesse que não vou te pressionar, que você é muito importante pra mim, que eu te admiro muito e que saber que te magoei tanto dói muuuuuito.
Chorei ante a possibilidade palpável de perder tua amizade.
Eu só queria que você soubesse que não sou falsa, eu sabia que estava fazendo merda, sabia que você ficaria chateada, mas não tinha noção do quanto. Eu nunca te magoaria assim conscientemente... eu fui burra, leviana... idiota, mas não falsa. Eu me importo com você e isso não vai mudar nunca, mesmo que você não queira mais olhar na minha cara.

Eu só quero te deixar confortável de novo. Faça o que precisar fazer, me bata, me odeie, se vingue... mas, eventualmente, por favor, me perdoe.
Ainda não sei como agir... desculpa.

Um comentário:

_Alex. disse...

De uma maneira ou de outra, a carta não entregue és agora uma carta exposta. Medos, anseios, sentimentos..

Amenidades, assim como brincadeiras, tem um fundo de verdade. Pra você, pro outro, pra mim, pra quem te lê.

não se sufuca! ,*